Pesquisar este blog

sábado, 30 de junho de 2012

Segundo Antunes (2008, p. 320),
"O caráter social e cultural da memória é conseqüência da
interação entre indivíduo e meio social, contudo, a apreensão das experiências concretas
através do ato de rememorar, é exclusivamente pessoal. Por isso a existência de
semelhanças, distinções, ou mesmo contradições em relatos e depoimentos acerca de um
acontecimento específico não se caracteriza como fato peculiar para o estudo da memória,
pelo contrário, seu caráter individual impede a possibilidade da existência de memórias
exatamente iguais".

Referência:
ANTUNES, Henrique Fernanades. Revista de Iniciação Científica da FFC, v. 8, n.3, p. 319-328, 2008.

INDICAÇÃO DE LEITURA.


MARIANA PAIVA

Sem bordados nem laços de fita, as cangaceiras costuraram suas histórias, letra a letra, com tecidos mais resistentes que os dos vestidos das outras moças da cidade. Com Anésia Cauaçu não foi diferente: ela, que foi a primeira mulher a entrar para o cangaço no Brasil, carregou consigo também o mérito de ser autoridade e líder de um bando de cangaceiros num tempo em que a mulher ainda caminhava bem longe de emancipação. Amanhã, às 18 horas, o professor e escritor Domingos Ailton lança, na Biblioteca Pública, o romance Anésia Cauaçu, que mistura ficção e História para contar a saga da cangaceira, uma das mais comentadas na região de Jequié, onde viveu. Foi ainda na infância, aliás, que o autor do livro, de 41 anos, ouviu falar em Anésia pela primeira vez. "Minha mãe contava a história dos Cauaçus e minha avó colocava os filhos para dentro do mato para protegê-los quando os cangaceiros e as volantes apareciam", revela. Para Ailton, entretanto, foi um livro escrito pelo historiador Émerson Pinto de Araújo que despertou a vontade de escrever sobre a personagem. "Ele lançou o desafio de que a história dela precisava ser contada, e então decidi contribuir como ficcionista", afirma.
Rico em detalhes históricos, o romance apresenta alguns personagens ficcionais, mas, na maioria das vezes, procura se ater ao que aconteceu. Anésia, por exemplo, é retratada de acordo com muitas das descrições que recebeu na época. "Ela pedia cachaça nas vendas, jogava capoeira. Foi a primeira mulher do cangaço a usar calças compridas e montar cavalo de frente. Ela se destacava nos combates porque atirava melhor que os homens". Um dos pontos altos da história é contar que Anésia tinha o poder de se transformar em rochas ou em árvores depois de rezar. Assim, misturando o sobrenatural à história, Ailton enriquece seu relato. "Anésia tinha que ser mesmo muito retada para, na sociedade paternalista de Jequié, liderar os cangaceiros", diz o autor.


Publicado pelo jornal A Tarde - em 08 de março, 2012.

Reportagem de Ivan Bezerra e Ricardo Lima sobre a visita de Dalva de Oliveira a Jequié.

Cantando e apresentando Jequié.
Apresentação do grupo pastorinhas de Jequié no Auditório so Centro de Cultura ACM.

sexta-feira, 29 de junho de 2012


Como poderíamos definir Cultura?
(...) Hoje, contudo, seguindo o exemplo dos antropólogos, os historiadores e outros usam o termo “cultura” muito mais amplamente, para referir-se a quase tudo que pode ser apreendido em uma dada sociedade – como comer, beber, andar, falar, silenciar e assim por diante. Em outras palavras, a história da cultura inclui agora a história das ações ou noções subjacentes à vida cotidiana. O que se costumava considerar garantido, obvio, normal ou “senso comum” agora é visto como algo que varia de sociedade a sociedade e muda de um século a outro, que é “construído” socialmente e portanto requer explicação e interpretação social e histórica. (BURKE, 1989, p. 21) 

Referência: 
BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.